13 setembro, 2013

Tive que explicar pra Bruna o porquê de eu não ir em nenhum evento que envolva meus amigos do Piratini.
Foi horrível pra mim, mas seria babaquice insistir em desculpas que não tem nenhum cabimento, do tipo "não vou na formatura do Miguel porque tenho um evento do meu curso no mesmo dia". Em qualquer outra circunstância, a formatura de um amigo querido seria uma data tão sagrada quanto o aniversário da minha mãe.
Perder isso (a referência de um amigo) foi mais um acontecimento que me colocou em parafuso este ano. A pior parte é me sentir culpado. Eu passei os últimos oito anos priorizando uma lógica de aperfeiçoamento pessoal absolutamente narcisista, incapaz de dedicar tempo para cultivar amizades. Isso não é uma justificativa para as pessoas sentirem prazer na perversidade comigo. Mas se eu parasse de correr tanto, de ter tanta expectativa, talvez eu teria tempo para conhecer as pessoas e decidir se elas correspondem ao que eu espero. 
Eu sempre espero que as pessoas se esforcem pra me conhecer, e elas acabam tendo que decidir se vão pular fora ou não. 
Nesse sentido, talvez o Quinho tenha razão. Talvez eu nunca tenha me apaixonado. Nunca me esforcei pra convencer alguém de que eu sou legal e posso provar.
Será que isso é um pré-requisito? Sentir-se desprotegido e desafiado? 
Na real, acho que o que importa é garantir o vínculo mesmo. Eu negligenciei as amizades nos últimos 8 anos. 
Tipo meus cactus.
Eu tinha três cactus aqui em casa. Sempre me disseram que cactus é tão resistente que não precisa receber água. Depois de três anos, dois dos cactus morreram. Nem os cactus são tão autossuficientes assim.
Não vou nem falar o que aconteceu com minha azaleia.

As pessoas que mais amo nesse mundo datam de uma época em que eu conseguia fazer isso. Uma delas anda esquecendo de fazer o mesmo, mas eu sou a pior pessoa pra julgar. 

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