De repente, o corpo se soltou. Pra morrer.
As pessoas gritaram de desespero, mas então tudo parecia normal. Era absurdo, anormal, uma fatalidade.
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Então, o sonho continuou no mesmo apartamento. Outra pessoa havia se atirado pra morrer.
Depois uma terceira.
Todas as pessoas nos topos dos prédios gritavam cada vez que um dos corpos se entregava pra esfaçelar no chão. Eu chorava, desesperado.
Todas as pessoas nos topos dos prédios gritavam cada vez que um dos corpos se entregava pra esfaçelar no chão. Eu chorava, desesperado.
O último a se matar era um senhor, que se deu o trabalho de colocar uma cadeira na beirada de um dos prédios. Ali ficou, culpando sei lá quem pela decisão de se matar. Apesar dos apelos, se inclinou e caiu, com cadeira e tudo, descrente da vida.
Tinha essa sensação no sonho, de que todo mundo tentava convencer as pessoas a viver, e faziam o melhor de si, mas no final, o suicida simplesmente pensava, racionalizava até, e concluía que não valia a pena.
E esse momento de reflexão, em que eles decidiam se matar na mais plena lucidez, que me marcou. É essa sensação que está me incomodando desde o momento em que acordei do pesadelo até agora, 5 dias depois.
É raro eu lembrar de um sonho 5 dias depois. Desse eu lembro como se recém tivesse sonhado.
-x-
E não, esse não foi um sonho sobre suicídio. Foi um sonho sobre escolhas.
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