29 agosto, 2013

Brumas e chuva

Oh fim do outono, inverno, primaversa imersa na lama
Adormecidas estações ! quem vos louva e vos ama
Assim envolve o coração e a mente
Em túmulo vago e mortalha evanescente.

Nesta grande planície onde a brisa esfria as faces,
Onde pelas longas noites o girassol sussurra,
Minha alma ascende dos tempos de morna juventude
Abre asas de corvo em toda sua amplitude.

Nada é mais doce ao coração fundo na melancolia,
Sobre o qual lentamente cai a neve,
Oh pálida estação, que ao tempo rege,

Que a beleza permanente da tua tênue escuridão.
- A não ser, em uma noite sem lua, lado a lado,
Poder deitar a dor sobre um leito do acaso.

Baudelaire. 
Provavelmente uma tradução minha, a julgar pela má qualidade.
Passei muitas horas da minha adolescência traduzindo versos do Baudelaire de um livro que ganhei da Raposa (pra quem não sabe, meu primeiro relacionamento amoroso).

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